Geniais
e geniosos como Steve Jobs ou respeitados e respeitosos como Mahatma Gandhi, o
perfil dos líderes é tão variado quanto às personalidades de seus inúmeros
seguidores. No entanto, de acordo com especialistas e colaboradores, certos
atributos são essenciais para que um superior deixe de ser um simples chefe e
se torne um verdadeiro líder.
Em
pesquisa realizada pela Robert Half, cerca de 300 entrevistados apontaram a inspiração de outras pessoas (43,2%), ética (41,9%) e a capacidade
de tomar decisões (38,5%) como as três principais características de um
líder. O levantamento contou com a participação de presidentes,
superintendentes, diretores e gerentes de companhias de médio e grande porte em
todo o Brasil. Segundo Fernando Luís Schuler, Diretor Executivo do IBMEC-RJ, o
líder precisa ser ético e agir com imparcialidade para criar uma atmosfera de
previsibilidade, necessária para o amadurecimento das equipes. “A vida já nos oferece surpresas demais e,
para que a nossa criatividade possa fluir, a gente precisa ter alguns níveis de
estabilidade institucional. É preciso ter chances de errar para poder acertar,
para poder arriscar. Eu preciso confiar que serei tratado com imparcialidade ou
da mesma forma que as outras pessoas”, afirmou Fernando. O levantamento cita
ainda a capacidade de identificar e desenvolver talentos (33,6%), de influenciar os outros (28,9%), ter a
visão do todo (28,6%), comunicação (25,9%) e capacidade de planejamento e antecipação
(22,3%), entre outros.
Conflito de
responsabilidades
Todos
os atributos apontados na pesquisa estão diretamente ligados ao impacto no
trabalho dos liderados. Contudo, muitos profissionais atingem o status de líder
somente em razão dos próprios resultados. A nova posição exige a habilidade de
gerenciar pessoas e trazer resultados através delas, o que pode criar um
conflito com os antigos hábitos e direcionamentos do líder. “Muitas vezes,
quando o profissional chega à posição de liderança, ele não tem consciência de
que mais do que nunca ele vai precisar dos resultados dos seus liderados. Tendo
essa visão que é muito mais inspiradora, ele deve dedicar a maior parte do seu
tempo em orientar a sua equipe. A reputação dele não se baseia mais nos
resultados próprios, mas nos resultado da equipe”, declarou Daniel Ramirez, CEO
da Eagle´s Flight e Presidente do GAR. No mercado, é muito fácil encontrar
líderes geniais, mas imprevisíveis e isolados. As pessoas costumam confiar que
esses profissionais irão oferecer soluções mágicas. São os “líderes ruins”, de
acordo com Daniel Ramirez, uma vez que eles “se afastam do time e criam uma
visão muito egocêntrica deles mesmos”. Além de prejudicar a equipe que não se
desenvolve, a presença de um líder genial, porém isolado é pouco sustentável
para empresa. Esse tipo de liderança raramente funciona, geralmente só para os
empreendedores originais da empresa. À medida que a empresa cresce ela precisa
entrar numa rotina positiva. “Você não pode ficar esperando um líder genial aparecer
com todas as respostas. É muito mais interessante ter uma organização
inteligente, onde as pessoas possam desenvolver produtos, tomar decisões,
promover a micro criatividade de acordo com as suas habilidades. E elas só
farão isso se tiverem o efeito de pertencimento, se elas imaginarem que a
empresa é delas”, aponta Fernando Luís Schuler do IBMEC.